12/08/17, 23:41 — elvira: Oi, Beto. Tava bebendo na Voluntários da Pátria e lembrei de você. É engraçado isso de ficar lembrando de alguém que vi tão pouco. 😚
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13/08/17, 12:43 — elvira: Bom dia, Beto. Ia pedir desculpas por essa mensagem de ontem, beber me deixa carentona, mas fiquei me sentindo bem depois de ter mandado. Sempre gostei de falar sozinha e, falar nesse chat com você, é tipo isso só que com a possibilidade de ter alguém “ouvindo” do outro lado.
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19/08/17, 21:45 — elvira: Oi, Beto. Hoje eu cortei o cabelo de novo. Passei o dia com as minhas amigas e cortei o cabelo. Depois tive que pegar o metrô e descer em Botafogo para pegar o ônibus. Acabei saindo pela saída Voluntários da Pátria. Depois fiquei achando que era engraçado isso da data, do corte de cabelo e do metrô. É como se o destino estivesse me dando uma chance de voltar naquele dia 18 de maio e refazer tudo. Só que dessa vez você não faz parte disso, é como se fosse um ritual pra tirar você dessas memórias.
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13/11/17, 23:05 — elvira: Oi, Beto. Hoje eu quase fui no café desconfortável sobre o qual te falei quando fomos na Slow. Mudou de nome, mas o design é o mesmo, tinha planejado ir lá hoje, até chamei uns amigos, mas cheguei na porta e achei desconfortável demais. Agora estou me perguntando se não entrei por sua causa, se foi porque lembraria de você, ainda que você nem saiba onde é e nunca tenha estado lá.
Não enviada.
Este trecho faz parte do livro Oi, sumido que estou publicando aqui, no Medium, e no Wattpad enquanto escrevo. Oi, sumido conta a história da série de encontros românticos e transas memoráveis entre Elvira e Beto, que foram interrompidas pelo sumiço inesperado do rapaz no WhatsApp. O fim abrupto, no entanto, é o início de uma saga, para Elvira, de descoberta de palavras, sentimentos confusos e vulnerabilidades. Sem se contentar com o sofrimento silencioso do abandono digital, a jovem decide aceitar o papel de louca que lhe sobra na história.