Leia Nudes Leves (Parte 1)
Na minha boca, a língua dele parecia repetir os movimentos que eu fazia com os dedos, acariciando a pontinha de renda que conseguia sentir com o pouquinho da minha mão que tinha conseguido enfiar na sua calça.
Durante minutos ou horas, repeti o movimento de tomar fôlego e perder o ar. Inspirar profundamente como se fosse imprescindível. Para logo em seguida me chocar com aquela boca que tirava tudo de mim. Sem ousar ser a primeira a criar um espaço de distância para sair daquela euforia. Sem querer dar margem para Miguel pensar duas vezes.
Na minha cabeça a palavra “Miguel” parecia eclipsar o resto. Miguel, meu amigo Miguel, meu amigo de três anos, meu amigo que me mandava nudes, Miguel, meu amigo vestindo minha calcinha de renda roxa e me imprensando na parede da sala. Se a gente parasse para pensar, nada daquilo fazia sentido. Mas, enquanto ele beijava o meu pescoço e sarrava em mim, o que não fazia sentido era achar que deveria parar por ali.
— Deixa eu ver? — Pedi, segurando o cós da sua bermuda, depois de finalmente tomar um pouco mais de ar.
— Não sei… — Miguel respondeu com cara de quem fazia charme, sem desconfiar que tinha ficado levemente corado.
— Não sabe o quê?
Dessa vez ele corou com gosto.
— Ah, e se tu achar bizarro?
— Mas eu que dei a ideia!
— Eu sei, mas tu falou de zoeira. E se for broxante?
Pensei em falar que eu nem a imagem mais broxante do mundo seria poderosa o suficiente para destruir minha vontade de sentar nele, mas não tive coragem.
— Não vai ser.
— Vai sim! Eu não sei nem por que vesti isso…
Mas nós dois sabíamos. Quer dizer, eu conhecia o objetivo das fotos e o que tinha motivado a ideia da calcinha. Não sabia por que ele tinha decidido vestir justo naquele dia, mas lembrava da destinatária final.
— Pra ela tu ia mostrar, não? – Tentei disfarçar meu despeito.
Ele me encarou sem fazer menção de responder.
— Eu posso ver e avaliar, como eu fiz com as outras fotos.
Miguel me olhou surpreso. E até eu me surpreendi. Só de pensar na garota por quem Miguel fazia todo aquele esforço, morria de ciúmes. Mas ainda assim ele tinha me beijado. E a única certeza que eu tinha é de que não queria parar por ali.
— Então vamo pro quarto? — Miguel sugeriu como quem pede permissão e eu nem me dei ao trabalho de responder. Puxei ele pela mão até o fim do corredor.
No quarto, voltamos a nos beijar até eu sentir que ele voltava a ficar duro como antes.
— Como tu quer fazer?
— Como assim? — Ele perguntou escondendo o rosto no meu pescoço.
— Quer que eu fique aqui e tu já entra sem roupa só com a calcinha, prefere fazer striptease ou quer que eu te ajude a tirar tudo isso?
— Eu te odeio — Miguel continou sem se mexer.
Eu ri, mas continuei esperando pela resposta.
— O que tu prefere? — Ele me devolveu finalmente.
— Prefiro te ajudar a tirar.
— Então eu vou fazer striptease! — Decidiu animado.
— Só pra me contrariar?
— Exato.
Deitei na cama quase quicando de ansiedade. Miguel ficou de pé no colchão, bem à minha frente. Vestia uma bermuda – cargo cáqui e uma camiseta preta lisa. Nada sensual. Mordi minha boca para segurar o riso e o nervosismo. Me dando conta que o pior de tudo era ainda assim estar achando aquilo excitante. Ele tirou primeiro a camiseta e meu reflexo imediato foi estender a mão para acariciar os pelinhos da sua barriga. Miguel desviou e deu um tapinha na minha mão, avisando que eu não poderia tocá-lo até que permitisse. Desabotoou o short e desceu o zíper para começar a descer lentamente a bermuda. Ele tentava emular gestos sensuais dos pornôs que via, mas não tinha muita paciência.
Logo que os primeiros centímetros de short baixaram, prendi a respiração. Lembrei que ele era Miguel, meu amigo Miguel, que tinha me enviado um nude perfeito que não revelava o tamanho do pau, mas deixava qualquer simpatizante de pirocas com água na boca. E a resposta para toda a minha curiosidade em relação àquela foto estava bem ali na minha frente. Na cabecinha do pau que lutava para sair da calcinha apertada.
Miguel terminou de tirar a bermuda e esperou por uma reação minha.
— E aí? — Só quando ele falou percebi que eu prendia a respiração.
Na minha frente, tinha a visão do pau ridiculamente perfeito de Miguel, duro, apertado contra uma rendinha roxa que mal dava conta de cobri-lo. Era uma visão ridícula e perfeita. Só faltava um detalhe.
— Não sei… — Tentei fazer suspense — Não é bem como eu imaginava.
— Eu disse que ninguém ia gostar d… — Miguel tentou se livrar da calcinha, mas eu o impedi.
— Não, não tô falando que é ruim, só falta alguma coisa.
— O quê?
Cheguei mais perto dele na cama com a intenção de olhar melhor.
— Hum… acho que eu sei o que é… Tá muito seco.
— Seco?
Mal Miguel terminou de falar e eu já tinha lambido a pontinha do pau que despontava da calcinha. Então me afastei para olhar de novo.
— Ficou melhor! Tá vendo?
— Já? Acho que ainda não. Precisa de mais.
Lambi a extensão do pau dele por cima tecido, sentindo a aspereza da renda. E continuei trabalhando para deixar membro e calcinha encharcados pela minha saliva. Quando me dei por satisfeita, Miguel me encarou com olhar fulminante e empurrou minhas costas de volta para a cama.
— Vamo molhar de outro jeito agora. — Avisou quando já abria as minhas pernas e se esfregava na minha lubrificação.
Estiquei a mão para a mesa de cabeceira para pegar uma camisinha na primeira gaveta e a entreguei para Miguel. Ele levou a mão à calcinha, mas, antes que começasse a tirá-la, me lembrei.
— Não quer que eu tire uma foto?
— Ahn?
— É, não quer que eu tire uma foto antes de cê tirar a calcinha?
— Pra quê?
Respondi apenas com o olhar, ficando corada por lembrar novamente de como tudo aquilo tinha começado.
— Não precisa — Miguel respondeu alisando a minha coxa e me dando beijinhos na região.
— Desistiu de mandar pra ela?
Miguel negou com a cabeça e novamente me surpreendi com meu ciúme. Fiquei feliz por ele ainda estar distraído com a minha coxa porque não sabia se minha expressão me entregava. Ficamos em silêncio, até que Miguel recuperou a camisinha e rasgou a embalagem.
— Não preciso mandar foto se ela tá vendo pessoalmente. — Piscou pra mim, antes de empurrar a calcinha pro lado.