
“E essa transa? Quando é que rola de novo?”, Luísa leu em voz alta. “É assim que ele te chama pra sair, Vanessa?”, perguntou com uma cara assustada.
“É”, dou de ombros e tomo um gole de cerveja.
Naquela noite, Luísa tinha me chamado pra degustar umas cervejas especiais e comer queijos caros do Empório Fribal. Era o único tipo de programa que a gente conseguia fazer nos últimos tempos e gostávamos de dizer que era o início da aceitação da nossa idade.
“Na verdade, a mensagem chega a ser romântica”, completei e observei Luísa quase se engasgar. “É que ele me mandou uma quase igual logo depois do nosso primeiro encontro, ano passado”, expliquei sem disfarçar que tava derretida.
“O Mateus foi aquele que tu só conheceu no Rio, né?”
Anham. A história do meu primeiro encontro com o Mateus é uma das que quase nunca conto pra ninguém. Como volta e meia publico umas putarias no Facebook e todo mundo acha que aconteceu comigo, gosto de reservar o que foi realmente verídico e especial só pra mim. Eu já disse que o Mateus é foda. E aquele primeiro encontro foi surreal, porque nem se tivessem me contado o que ia acontecer, eu teria acreditado. Parece história de cinema mesmo, sabe? Só que talvez não pareça com o tipo de filme que a gente imagina quando se fala “parece história de cinema”. O filme que a nossa história me lembra, na verdade, é um filme alemão chamado 3. Basicamente é a história de um casal que não parece muito feliz. A mulher começa a dar mole pra um cara e transa com ele enquanto o marido, nesse meio tempo, descobre que tá com câncer no testículo, tem que tirar uma das bolas e acaba recuperando a confiança com um cara do clube que pede pra chupar o pau dele. Parece horrível, mas o filme é um dos meus preferidos, talvez por um pequeno detalhe, que me lembra daquele primeiro encontro com o Mateus.
Eu tava em São Paulo na época e a maior parte dos meus amigos maranhenses iam pro Rio assistir a um show. Arrumei uma desculpa e uma promoção de passagem aérea e me mandei pra lá. Sempre fico hospedada na casa de algum amigo quando viajo assim, mas todos os maranhenses pareciam ter ido praquele show e as pessoas que poderiam me receber já estavam hospedando outros. Como a Luísa também tinha ido e tinha decidido pagar uma hospedagem, fiquei com ela em um hotel pequeno em Copacabana.
Um dia antes do show, os maranhenses decidiram se encontrar em algum barzinho para beber. Luísa estava por trás do combinado e convenceu todo mundo de que o melhor lugar era Copacabana. Na real, ela só não queria mais gastar dinheiro com táxi ou correr riscos desnecessários. Assim, sentamos num bar com o nome de alguma marca de cerveja a duas quadras do nosso hotel. Eu conhecia quase todos do grupo reunido, ainda que só de vista, porque é muito fácil as pessoas se conhecerem em São Luís. Só o Mateus era desconhecido. Nem reparei direito nele até que Luísa começou a me provocar preu contar como tinha passado uma cantada em um cara na praia, mais cedo, e ele tinha ficado todo sem graça.
“Que vacilão”, Mateus deixou escapar. Fiquei meio envergonhada com a interrupção, mas tentei disfarçar.
Depois de uma ou duas horas, algumas pessoas começaram a ir embora e o pessoal na mesa foi se chegando até que me deparei com o Mateus, sorrindo, sentado ao meu lado. Ficamos conversando sobre alguma banalidade e o Mateus mandava bem demais nos comentários. Esse cara é retardado, sempre me flagrava rindo.
“Gente, vamo pedir mais bebida?”, Luísa lançou a ideia na mesa.
“Vamos pedir outra coisa, cansei de chopp”, não lembro quem disse.
“Eu encaro uma tequila”, adiantei.
“Ai, fala sério, tequila é coisa de gente fresca. Vamo tomar cachaça!”, Mateus ordenou.
Eu e Luísa no entreolhamos em dúvida. Mas o pessoal da mesa já tinha aderido à ideia.
“Ah, não sei…”, comecei.
“Cachaça é bom, cê vai ver, é bom pra muitas coisas…”, Mateus disse baixinho do meu lado.
“Ah é? Bom pra quê?”, ele tinha começado a insinuar putaria agora eu o desafiava a ir até o fim.
“Vai te deixar soltinha”, ele respondeu sem hesitar com um sorrido safado.
“Você por acaso tá tentando me embebedar pra me pegar, Mateus?”
“Tá louca?”, ele me olhou sério.
O garçom chegou com as doses de 51, limão e sal. Logo depois de brindarmos e virarmos a bebida, Mateus disse no meu ouvido:
“Dizem que é bom pra dar o cu”.
Não sei em que momento a gente se beijou. Só lembro da Luísa ter se engraçado com um dos meninos da mesa, que também tava hospedado ali perto, e ter me dado a chave do nosso quarto. O Mateus sorria tanto que parecia que ia sair voando. Ia falar que ainda nem tinha decidido se ia dar pra ele, mas ele pareceu ler meus pensamentos e me beijou antes que eu abrisse a boca. Vou com você pro hotel. Respondi com o meu bom sorriso “vai sonhando”. O álcool começou a bater pesado e decidi que queria voltar pro hotel, também decidi que queria dar pro Mateus. Pedimos a conta e fomos andando pelo calçadão,inalando o cheiro copacabânico de maresia e mijo. No meio do caminho, olhamos uma farmácia e Mateus me avisou que precisava comprar camisinha. Ele pegou um pacote e continuou andando pelos corredores da farmácia.
“Mateus, o caixa é ali na frente”.
“Calma, linda, eu sei que você quer muito me ver pelado, mas acho melhor a gente garantir que não vai ser dolorido, né?”, disse e me deu uma piscadinha. Quando entendi o que ele tava insinuando, não sabia se caía na gargalhada ou se ficava zangada. Fiquei olhando aquele cara meio desengonçado, mas bonito, se dirigir ao caixa com o pacote de camisinha e um tubo de KY, enquanto me decidia se ele só era muito engraçado ou era meio babaca mesmo.
Quando chegamos no quarto, Mateus me prensou na parede e começou a me agarrar com vontade. Só que, no meio do beijo, minha cabeça começou a rodar. Pedi pra ele parar um pouco e me sentei na cama. Que foi?
“Acho que bebi demais”, disse triste.
“Sério? Mas eu tava vendo o tanto que você tava bebendo e não foi muito”, ele tentou me tranquilizar.
“É que sou fraca”.
“Cê tá com vontade de vomitar? Cê quer deitar um pouco? Vou pegar água pra você”, Mateus ficou andando pelo quarto preocupado enquanto eu tirava o tênis e me jogava na cama.
“Acho que eu tô mal mesmo, cara”, anunciei. “Desculpa, mas acho que não vou conseguir transar de boa assim”.
“Tá ficando louca? Não se preocupa com isso. Eu fico aqui contigo, amanhã a gente faz essas coisas”, disse deitando ao meu lado e me dando um selinho.
Não lembro quanto tempo ficamos deitados conversando, mas lembro de ter olhado pra ele e dito que tudo bem, acho que a gente pode transar um pouco. Mateus sorriu e, em menos de um minuto, tava só de cueca em cima de mim.
“Claro que eu sabia que ia rolar”, se gabou.
Quando ele entrou em mim, a cabeça voltou a rodar, mas dessa vez a sensação não era ruim, era incrível. Perdi a noção do tempo que passamos transando quando ele pediu pra comer meu cu. Eu tava alucinada de tesão, mas avaliando a largura do pau dele e o fato de que tínhamos nos conhecido daquela mesma noite, achei melhor falar logo.
“Eu deixo, mas tem que ser de ladinho. Só consigo de ladinho, fico meio tensa de quatro”, confessei.
Mateus sorriu (Como quiser, Madame) e se deitou na cama atrás de mim depois de encher o pau de lubrificante e espalhar com a mão também no meu cu. Ainda nem acredito que isso tá acontecendo, sussurrou no meu ouvido enquanto ia delicadamente tentando abrir espaço no meu cu com o pau. Quando conseguiu enfiar tudo, respiramos em alívio e êxtase. Ele começou a me masturbar ao mesmo tempo que estocava meu cu. Lembro de ter pensado que nunca tinha sido tão gostoso e que realmente estava mais fácil. Me sentia soltinha. Logo mudamos pra posição de quatro e quando constatei que a cachaça realmente tinha feito efeito criei coragem pra pedir algo que desejava desde o dia em que assisti ao filme 3.
“Come meu cu tipo papai e mamãe?”, pedi. Só mais tarde descobri que o nome da posição era missionário, mas, felizmente, o Mateus sacou do que eu tava falando.
Na real, na hora achei que ele tava demorando pra processar porque ficou meio paralisado, sem saber o que fazer. Foi então que ele conseguiu dizer:
“Caralho, sempre quis fazer isso!”
Me deitou na cama e ficou de joelhos acima de mim. Foi levantando minhas pernas com cerimônia até fazer o meu quadril também se inclinar, segurou o pau e se deteve por alguns instantes encarando o meu cu. Então se enfiou dentro de mim mais uma vez e me comeu olhando nos olhos.
“Vanessa, eu tô apaixonado!”, disse fazendo uma careta de prazer.
“Eu também”, respondi com os olhos marejados. Sempre soube que tinha vocação pra chorona, só não sei se ali foi o sexo ou o álcool. De toda forma, essa foi uma das cenas mais lindas da minha vida.
Coloquei o despertador para acordar a tempo do café da manhã do hotel, Mateus acordou junto e disse que achava melhor ir pra casa já que eu e Luísa tínhamos planos para o dia. Logo que dei a primeira mordida no pão, meu cérebro caiu em si. Caramba, acho que não posso nem soltar um peido hoje. No mesmo momento, meu celular acusou uma notificação do Mateus:
“E esse cu? Quando é que rola de novo?”.
Quase engasguei. Caralho, esse homem é louco!
“Hoje não, calma lá”
“Eita, tá de ressaca assim?”
Chegou agora? Então espia esse link e dá uma conferida nos contos que vieram antes desse. Na real, dá pra ler tudo fora de ordem, de trás pra frente e até de cabeça pra baixo, mas você pode curtir saber um pouco mais sobre as coisas que a Vanessa tem que aturar.